CriaWiki
Advertisement

Alegação[]

Jamais surgiram novas espécies.[1][2]

Resposta[]

Os criacionistas parecem estar confusos entre si mesmos sobre esse assunto.

a) Alguns alegam que nunca surgiram novas espécies, como no exemplo dado acima;

b) Outros dizem que novas espécies surgiram sim, mas que isso é apenas microevolução;[3]

c) Outros ainda dizem que não só novas espécies surgiram, mas também gêneros e até famílias. Estranhamente, eles ainda não aceitam a evolução.[4]

O grupo do primeiro caso é na verdade o mais desinformado,ou desonesto, de todos. Novas espécies já surgiram sim, tanto em campo quanto em laboratório, e foram documentadas e catalogadas. Vejamos alguns exemplos:

1)Novas espécies surgindo na história:

  • Uma nova espécie de mosquito, a forma molestus isolada nos subterrâneos de Londres, sofreu especiação da Culex pipiens.[5][6][7]
  • Helacyton gartleri, uma cultura que apareceu a partir de células cancerosas humanas em 1951.[8] Devido à grande capacidade de replicação e diferenciação, essas células se tornaram totalmente incompatíveis com os seres humanos, a ponto de Van Valen propor a elas um novo gênero e uma nova família.
  • Várias novas espécies de plantas surgiram via poliploidia (quando há mais de dois cromossomos em cada par dentro das células).[6] Um exemplo é a Primula kewensis.[9]

2) Espécies incipientes (quando sub-espécies cruzam raramente ou com pouco sucesso) são comuns. Aqui apenas alguns exemplos:

  • Rhagoletis pomonella, uma mosca que ataca maçãs, está passando por especiação. Ela infectava inicialmente a árvore americana Hawthorn (conhecida no Brasil como pilriteiro, da espécie crataegus), mas nos anos de 1800 uma nova espécie se formou e foi introduzida nas maçãs domésticas (Malus pumila). As duas raças são mantidas parcialmente isoladas por seleção natural.[10]
  • O mosquito Anopheles gambiae está mostrando especiação incipiente entre suas populações no noroeste e sudeste da África[11][12]
  • Uma espécie de peixe-rei (Odontesthes argentinensis) está mostrando especiação incipiente entre suas populações marítimas e as de estuário[13]

3) Espécies em anel (Ring species) mostram a especiação ocorrendo em tempo real. São várias espécies distribuídas mais ou menos em linha, por exemplo, em torno de uma montanha. Cada população pode cruzar com a espécie vizinha, mas populações distantes não conseguem cruzar. Elas podem formar um anel verdadeiro quando as populações das extremidades são adjacentes uma da outra, fechando o cerco. Alguns exemplos:

  • A salamandra Ensatina, com sete sub-espécies diferentes na costa oeste dos EUA. Elas formam um anel em torno do vale central da Califórnia. Ao sul, as duas sub-espécies adjacentes klauberi e eschscholtzi não cruzam entre si.[14][15]
  • O pássaro conhecido como Felosa troquilóide (Phylloscopus trochiloides), em torno do Himalaia. O seu comportamento e características genéticas variam gradualmente, começando no centro da Sibéria, se estendendo em torno do Himalaia, e de volta, de modo que as duas espécies das extremidades coexistem, mas não cruzam entre si.[16][17][18]
  • O rato veadeiro (Peromyces maniculatus), com mais de cinqüenta sub-espécies nos Estados Unidos.
  • Muitas espécies de pássaros, incluindo o Parus major e P. minor, Halcyon chloris, Zosterops, Lalage, Pernis, o grupo Larus argentatus, e o Phylloscopus trochiloides.[19]
  • A abelha americana Hoplitis (Alcidamea) producta.[20]
  • O rato toupeira (Spalax ehrenbergi).[21]

4) Evidência de especiação também é encontrada em formas de vida em ambientes que não existiam há centenas ou milhares de anos atrás:

  • Em vários lagos do Canadá, que só existiram nos últimos 10.000 anos, após a última era do gelo, peixes se diversificaram em diferentes espécies para águas rasas e águas profundas.[22]
  • Outros peixes que vivem nos lago Malawi se diversificaram em centenas de espécies. Algumas partes desse lago se formaram no século dezenove, com espécies novas.[22]
  • Plantas da espécie Mimulus adaptadas a solos ricos em cobre não existiam antes de surgirem as minas que extraiam esse material, em 1859.[23]

Referências[]

  1. http://www.icr.org/index.php?module=articles&action=view&ID=260
  2. http://pos-darwinista.blogspot.com/2006/06/darwin-falou-e-disse-eu-s-tenho-dois.html
  3. http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=36854131&tid=2548915948903652814
  4. http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=36854131&tid=2548916013328162254
  5. Byrne, K. and R. A. Nichols (1999), Culex pipiens in London Underground tunnels: differentiation between surface and subterranean populations. Heredity 82: 7-15
  6. 6,0 6,1 de Wet, J. M. J. (1971). Polyploidy and evolution in plants. Taxon 20: 29-35
  7. Nuttall, Nick, 1998. Stand clear of the Tube's 100-year-old super-bug. Times (London), 26 Aug. 1998, 1. http://www.gene.ch/gentech/1998/Jul-Sep/msg00188.html
  8. Van Valen, Leigh M. and Virginia C. Maiorana (1991), HeLa, a new microbial species. Evolutionary Theory 10: 71-74
  9. Newton, W. C. F. and Caroline Pellew (1929), Primula kewensis and its derivatives. Journal of Genetics 20(3): 405-467
  10. Filchak, Kenneth E., Joseph B. Roethele and Jeffrey L. Feder, 2000. Natural selection and sympatric divergence in the apple maggot Rhagoletis pomonella. Nature 407: 739-742
  11. Fanello, C. et al., 2003. The pyrethroid knock-down resistance gene in the Anopheles gambiae complex in Mali and further indication of incipient speciation within An. gambiae s.s. Insect Molecular Biology 12(3): 241-245.
  12. Lehmann, T., M. Licht, N. Elissa, et al., 2003. Population structure of Anopheles gambiae in Africa. Journal of Heredity 94(2): 133-147.
  13. Beheregaray, L. B. and P. Sunnucks, 2001. Fine-scale genetic structure, estuarine colonization and incipient speciation in the marine silverside fish Odontesthes argentinensis. Molecular Ecology 10(12): 2849-2866.
  14. Brown, Charles W., n.d. Ensatina eschscholtzi Speciation in progress: A classic example of Darwinian evolution. http://www.santarosa.edu/lifesciences2/ensatina2.htm
  15. Wake, David B., 1997. Incipient species formation in salamanders of the Ensatina complex. Proceedings of the National Academy of Science USA 94: 7761-7767.
  16. Irwin, Darren E., Staffan Bensch and Trevor D. Price, 2001. Speciation in a ring. Nature 409: 333-337
  17. Irwin, Darren E., Staffan Bensch, Jessica H. Irwin and Trevor D. Price. 2005. Speciation by distance in a ring species. Science 307: 414-416.
  18. Whitehouse, David, 2001. Songbird shows how evolution works. BBC News Online, 18 Jan. 2001, http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/1123973.stm
  19. Mayr, E. (1942), Systematics and the Origin of Species. New York: Columbia University Press.
  20. Mayr, E. (1963), Animal Species and Evolution. Cambridge, MA: Belknap.
  21. Nevo, Eviatar (1999), Mosaic Evolution of Subterranean Mammals: Regression, Progression and Global Convergence. Oxford University Press.
  22. 22,0 22,1 Schilthuizen, Menno., 2001. Frogs, Flies, and Dandelions: the Making of Species, Oxford Univ. Press, esp. chap. 1
  23. Macnair, M. R., 1989. A new species of Mimulus endemic to copper mines in California. Botanical Journal of the Linnean Society 100: 1-14.
Advertisement