CriaWiki
Sem resumo de edição
(Sem diferenças)

Revisão das 20h46min de 20 de novembro de 2009

Alegação

Quando examinamos o conceito de evolução do ponto de vista prático, é muito difícil encontrar alguma forma dessa linha de pensamento ter ajudado a resolver algum problema científico ou feito qualquer contribuição positiva para a sociedade.[1]

Resposta

A Teoria Evolucionária é a moldura que une toda a biologia. Ela explica as similaridades e as diferenças entre organismos, fósseis, biogeografia, resistência a drogas, características peculiares em animais como a cauda do pavão, a virulência de parasitas, e muito mais. Sem a Teoria da Evolução talvez ainda fosse possível saber muito sobre biologia, mas não seria possível entendê-la.

Essa moldura proporcionada pela Evolução é extremamente útil no sentido prático. Primeiro, uma teoria unificada é mais fácil de compreender, porque os fatos se conectam e se unem, ao invés de serem vários pedaços isolados de conhecimento. Segundo, tendo uma teoria unificada torna possível ver lacunas ainda existentes, sugerindo novas e produtivas áreas de pesquisa.

A Teoria Evolucionária já foi colocada em uso prático em várias áreas.[2][3] Por exemplo:

  1. Bioinformática, uma indústria multimilionária, consistindo basicamente em comparações entre seqüências genéticas. Descendências com modificações é a mais básica das assunções.
  2. Doenças e pestes evoluem, criando resistência às drogas que usamos contra elas. A Teoria Evolucionária é usada no campo do controle de resistência na medicina e na agricultura, primordial para a nossa sobrevivência.[4]
  3. A Teoria Evolucionária é usada na piscicultura, para aumento de produção [5]
  4. Seleção artificial tem sido usada desde a pré-história, mas se tornou muito mais eficiente com o uso aplicado da Teoria da Evolução.
  5. O uso aplicado da evolução de parasitas na população humana pode ser usado para guiar a política de saúde pública[6]
  6. Reprodução sexual, baseado na evolução, foi usada para predizer quais condições o pássaro kakapo iria produzir mais espécies fêmeas, o que o salvou da completa extinção[7]

A Teoria Evolucionária foi e tem sido usada, e tem potencial para muito mais em muitas outras áreas, desde avaliações de plantações geneticamente modificadas até psicologia humana. E mais aplicações com certeza virão.

Análise filogenética, que usa o princípio evolucionário de um ancestral comum, já provou ser útil em:

  1. Traçar genes cuja função é conhecida e comparando como eles se relacionam com genes desconhecidos, para prever as funções deles, que é o fundamento para descobrir novas drogas.[8]
  2. Análises filogenéticas é o padrão para a epidemiologia, já que permite a identificação de centros de doenças, e algumas vezes observar passo a passo a transmissão de doenças. Por exemplo, uma análise filogenética confirmou que um dentista da Flórida estava infectando seus pacientes com o HIV, e que HIV-1 e HIV-2 foram transmitidos aos seres humanos de chimpanzés (Bull and Wichman 2001). Foi usada em 2002 para ajudar a prender um homem que intencionalmente infectava pessoas com HIV.[9] O mesmo princípio pode ser usado para traçar a origem de armas biológicas.
  3. Análise filogenética também pode ser usada para traçar a diversidade de uma patologia, e selecionar qual a melhor vacina para uma região em particular.[10]
  4. Ribotipagem é uma técnica para identificar um organismo ou pelo menos encontra seu parente mais próximo, mapeando seu RNA ribossômico dentro da árvore da vida. Pode ser usado quando não é possível fazer culturas desses organismos ou reconhecível por outros métodos. Ribotipagem foi usada para encontrar agentes infecciosos de doenças que afetam seres humanos, antes desconhecidos.[11]

Evolução direta permite a “criação” de moléculas e de grupos de moléculas para criar ou aperfeiçoar produtos, tais como:

  1. Enzimas [12]
  2. Pigmentos [13]
  3. Antibióticos
  4. Sabores
  5. Biopolímeros
  6. Bactérias capazes de decompor materiais tóxicos.

Os princípios evolucionários de seleção natural, variação e recombinação são a base de algoritmos genéticos, uma técnica de engenharia que possui muitas aplicações, incluindo engenharia aeroespacial, arquitetura, astrofísica, engenharia elétrica, finanças, geofísica, engenharia de materiais, robótica e sistemas de engenharia.[14]

E a boa ciência não requer que necessariamente tenha aplicação prática além de saber a verdade, e muitos fatos na ciência não tem muita aplicação prática além da curiosidade, como astronomia, geologia, paleontologia e história natural. Para muitas pessoas, o conhecimento sozinho já é suficiente.

Para finalizar, idéias criacionistas existem há milênios e até hoje não tiveram nenhuma contribuição prática para a sociedade.

Referências

  1. http://www.icr.org/index.php?module=articles&action=view&ID=252
  2. Futuyma, D. J. 1995. The uses of evolutionary biology. Science 267: 41-42.
  3. Bull, J. J. and H. A. Wichman. 2001. Applied evolution. Annual Review of Ecology and Systematics 32: 183-217.
  4. Bull, J. J. and H. A. Wichman. 2001. Applied evolution. Annual Review of Ecology and Systematics 32: 183-217.
  5. Conover, D. O. and S. B. Munch. 2002. Sustaining fisheries yields over evolutionary time scales. Science 297: 94-96. See also pp. 31-32.
  6. Galvani, Alison P. 2003. Epidemiology meets evolutionary ecology. Trends in Ecology and Evolution 18(3): 132-139.
  7. Sutherland, William J., 2002. Science, sex and the kakapo. Nature 419: 265-266.
  8. Branca, Malorye. 2002. Sorting the microbes from the trees. Bio-IT Bulletin, Apr. 07. http://www.bio-itworld.com/news/040702_report186.html
  9. Vogel, Gretchen. 1998. HIV strain analysis debuts in murder trial. Science 282: 851-852.
  10. Gaschen, B. et al.. 2002. Diversity considerations in HIV-1 vaccine selection. Science 296: 2354-2360.
  11. Bull, J. J. and H. A. Wichman. 2001. Applied evolution. Annual Review of Ecology and Systematics 32: 183-217.
  12. Arnold, Frances H. 2001. Combinatorial and computational challenges for biocatalyst design. Nature 409: 253-257.
  13. Arnold, Frances H. 2001. Combinatorial and computational challenges for biocatalyst design. Nature 409: 253-257.
  14. Marczyk, Adam. 2004. Genetic algorithms and evolutionary computation. http://www.talkorigins.org/faqs/genalg/genalg.html

Outros artigos a consultar

  1. Barbrook, Adrian C., Christopher J. Howe, Norman Blake, and Peter Robinson, 1998. The phylogeny of The Canterbury Tales. Nature 394: 839.
  2. Benner, Steven A. 2001. Natural progression. Nature 409: 459.
  3. Cherry, J. R., and A. L. Fidantsef. 2003. Directed evolution of industrial enzymes: an update. Current Opinion in Biotechnology 14: 438-443.
  4. Cummings, C. A. and D. A. Relman. 2002. Microbial forensics-- "cross-examining pathogens". Science 296: 1976-1979.
  5. Dunn, M., A. Terrill, G. Reesink, R. A. Foley and S. C. Levinson. 2005. Structural phylogenetics and the reconstruction of ancient language history. Science 309: 2072-2075.
  6. Gray, Russell. 2005. Pushing the time barrier in the quest for language roots. Science 309: 2007-2008.
  7. Eisen, J. and M. Wu. 2002. Phylogenetic analysis and gene functional predictions: Phylogenomics in action. Theoretical Population Biology 61: 481-487.
  8. Howe, Christopher J. et al. 2001. Manuscript evolution. Trends in Genetics 17: 147-152.
  9. Nesse, Randolph M. and George C. Williams. 1994. Why We Get Sick. New York: Times Books.
  10. Relman, David A. 1999. The search for unrecognized pathogens. Science 284: 1308-1310.
  11. Searls, D., 2003. Pharmacophylogenomics: Genes, evolution and drug targets. Nature Reviews Drug Discovery 2: 613-623. http://www.nature.com/nature/view/030731.html
  12. Taylor, Sean V., Peter Kast, and Donald Hilvert. 2001. Investigating and engineering enzymes by genetic selection. Angewandte Chemie International Edition 40: 3310-3335.